A TRISTEZA DOS ORIXÁS
Foi, não há muito tempo atrás, que essa história aconteceu. Contada aqui de uma forma romanceada, mas que trás em sua essência, uma verdadeira mensagem para os umbandistas..

Ela começa em uma noite escura e assustadora, daquelas de arrepiar os pelos do corpo. Realmente o Sol tinha escondido – se nesse dia, e a Lua, tímida, teimava em não iluminar com seus encantadores raios,... brilhosos como fios de prata, a morada dos Orixás.

Nessa estranha noite, Ogum, o Orixá das “guerras”, saiu do alto ponto onde guarda todos os caminhos e dirigiu – se ao mar. Lá chegando, as sereias começaram a cantar e os seres aquáticos agitaram – se. Todos adoravam Ogum, ele era tão forte e corajoso.

Iemanjá que tem nele um filho querido, logo abriu um sorriso, aqueles de mãe “coruja” quando revê um filho que há tempos partiu de sua casa, mas nunca de sua eterna morada dentro do coração:

_ Ah Ogum, que saudade, já faz tanto tempo! Você podia vir visitar mais vezes sua mãe, não é mesmo? _ ralhou Iemanjá, com aquele tom típico de contrariedade.

_Desculpe, sabe, ando meio ocupado_ Respondeu um triste Ogum.

_Mas, o que aconteceu? Sinto que estás triste.

_É, vim até aqui para “desabafar” com você “mãeinha”. Estou cansado! Estou cansado de muitas coisas que os encarnados fazem em meu nome. Estou cansado com o que eles fazem com a “espada da Lei” que julgam carregar. Estou cansado de tanta demanda. Estou muito mais cansado das “supostas” demandas, que apenas existem dentro do íntimo de cada um deles...Estou cansado...

Ogum retirou seu elmo, e por de trás de seu bonito capacete, um rosto belo e de traços fortes pôde ser visto. Ele chorava. Chorava uma dor que carregava há tempos. Chorava por ser tão mal compreendido pelos filhos de Umbanda.

Chorava por ninguém entender, que se ele era daquele jeito, protetor e austero, era porque em seu peito a chama da compaixão brilhava. E, se existe um Orixá leal, fiel e companheiro, esse Orixá é Ogum. Ele daria a própria Vida, por cada pessoa da humanidade, não apenas pelos filhos de fé. Não! Ogum amava a humanidade, amava a Vida.

Mas infelizmente suas atribuições não eram realmente entendidas. As pessoas não viam em sua espada, a força que corta as trevas do ego, e logo a transformavam em um instrumento de guerra. Não vinham nele a potência e a força de vencer os abismos profundos, que criam verdadeiros vales de trevas na alma de todos. Não vinham em sua lança, a direção que aponta para o autoconhecimento, para iluminação interna e eterna.

Não! Infelizmente ele era entendido como o “Orixá da Guerra”, um homem impiedoso que utiliza – se de sua espada para resolver qualquer situação. E logo, inspirados por isso, lá iam os filhos de fé esquecer dos trabalhos de assistência a espíritos sofredores, a almas perdidas entre mundos, aos trabalhos de cura, esqueciam do amor e da compaixão, sentimentos básicos em qualquer trabalho espiritual, para apenas realizaram “quebras e cortes” de demandas, muitas das quais nem mesmo existem, ou quando existem, muitas vezes são apenas reflexos do próprio estado de espírito de cada um. E mais, normalmente, tudo isso torna – se uma guerra de vaidade, um show “pirotécnico” de forças ocultas. Muita “espada”, muito “tridente”, muitas “armas”, poucas coração, pensamento elevado e crescimento espiritual.

Isso magoava Ogum. Como magoava:

_ Ah, filhos de Umbanda, por que vocês esquecem que Umbanda é pura e simplesmente amor e caridade? A minha espada sempre protege o justo, o correto, aquele que trabalha pela luz, fiando seu coração em Olorum. Por que esquecem que a Espada da Lei só pode ser manuseada pela mão direita do amor, insistindo em empunhá - la com a mão esquerda da soberbia, do poder transitório, da ira, da ilusão, transformando – na em apenas mais uma espada semeadora de tormentos e destruição...

Então, Ogum começou a retirar sua armadura, que representava a proteção e firmeza no caminho espiritual que esse Orixá traz para nossa vida. E totalmente nu ficou frente à Iemanjá. Cravou sua espada no solo. Não queria mais lutar, não daquele jeito. Estava cansado...

Logo um estrondo foi ouvido e o querido, mas também temido Tatá Omulu apareceu. E por incrível que pareça o mesmo aconteceu. Ele não agüentava mais ser visto como uma divindade da peste e da magia negativa. Não entendia, como ele, o guardião da Vida podia ser invocado para atentar contra Ela. Magoava – se por sua alfanje da morte, que é o princípio que a tudo destrói, para que então a mudança e a renovação aconteçam, ser tão temida e mal compreendida pelos homens.
Ele também deixou sua alfanje aos pés de Iemanjá, e retirou seu manto escuro como a noite. Logo via – se o mais lindo dos Orixás, aquele que usa uma cobertura para não cegar os seus filhos com a imensa luz de amor e paz que irradia – se de todo seu ser. A luz que cura, a luz que pacifica, aquela que recolhe todas as almas que perderam – se na senda do Criador. Infelizmente os filhos de fé esquecem disso...

Mas o mais incrível estava por acontecer. Uma tempestade começou a desabar aumentando ainda mais o aspecto incrível e tenebroso daquela estranha noite. E todos os outros Orixás começaram a aparecer, para logo, começarem também a despir suas vestimentas sagradas, além de deixarem ao pé de Iemanjá suas armas e ferramentas simbólicas.

Faziam isso em respeito a Ogum e Omulu, dois Orixás muito mal compreendidos pelos umbandistas. Faziam isso por si próprios. Iansã queria que as pessoas entendessem que seus ventos sagrados são o sopro de Olorum, que espalha as sementes de luz do seu amor. Oxossi queria ser reverenciado como aquele que, com flechas douradas de conhecimento, rasga as trevas da ignorância. Egunitá apagou seu fogo encantador, afinal, ninguém lembrava da chama que intensifica a fé e a espiritualidade. Apenas daquele que devora e destrói. Os vícios dos outros, é claro.

Um a um, todos foram despindo – se e pensando quanto os filhos de Umbanda compreendiam erroneamente os Orixás.

Iemanjá, totalmente surpresa e sem reação, não sabia o que fazer. Foi quando uma irônica gargalhada cortou o ambiente. Era Exu. O controvertido Orixá das encruzilhadas, o mensageiro, o guardião, também chegava para a reunião, acompanhado de Pomba-gira, sua companheira eterna de jornada.
Mas os dois estavam muito diferentes de como normalmente apresentam – se. Andavam curvados, como que segurando um grande peso nas costas. Tinham na face, a expressão do cansaço. Mas, mesmo assim, gargalhavam muito. Eles nunca perdiam o senso de humor!
E os dois também repetiram aquilo que todos os Orixás foram fazer na casa de Iemanjá. Despiram – se de tudo. Exu e Pomba-gira, sem dúvida, eram os que mais razões tinham de ali estarem. Enúmeros eram os absurdos cometidos por encarnados em nome deles. Sem contar o preconceito, que o próprio umbandista ajudou a criar, dentro da sociedade, associando – o a figura do Diabo:

_Hahaha, lamentável essa situação, hahaha, lamentável! _ Exu chorava, mas Exu continuava a sorrir. Essa era a natureza desse querido Orixá.

Iemanjá estava desesperada! Estavam todos lá, pedindo a ela um conforto. Mas nem mesmo a encantadora Rainha do Mar sabia o que fazer:

Espere!_ pensou Iemanjá!_ Oxalá, Oxalá não está aqui! Ele com certeza saberá como resolver essa situação.
E logo Iemanjá colocou – se em oração, pedindo a presença daquele que é o Rei entre os Orixás. Oxalá apresentou – se na frente de todos. Trazia seu opaxorô, o cajado que sustenta o mundo. Cravou ele na Terra, ao lado da espada de Ogum. Também despiu – se de sua roupa sagrada, pra igualar – se a todos, e sua voz ecoou pelos quatro cantos do Orun:
_ Olorum manda uma mensagem a todos vocês meus irmãos queridos! Ele diz para que não desanimem, pois, se poucos realmente os compreendem, aqueles que assim o fazem, não medem esforços para disseminar essas verdades divinas. Fechem os olhos e vejam, que mesmo com muita tolice e bobagem relacionada e feita em nossos nomes, muita luz e amor também está sendo semeado, regado e colhido, por mãos de sérios e puros trabalhadores nesse às vezes triste, mas abençoado planeta Terra. Esses verdadeiros filhos de fé que lutam por uma Umbanda séria, sem os absurdos que por aí acontecem. Esses que muito além de “apenas” prestarem o socorro espiritual, plantam as sementes do amor dentro do coração de milhares de pessoas. Esses que passam por cima das dificuldades materiais, e das pressões espirituais, realizando um trabalho magnífico, atendendo milhares na matéria, mas também, milhões no astral, construindo verdadeiras “bases de luz” na crosta, onde a espiritualidade e religiosidade verdadeira irão manifestar-se. Esses que realmente nos compreendem e buscam – nos dentro do coração espiritual, pois é lá que o verdadeiro Orun reside e existe. Esses incríveis filhos de umbanda, que não colocam as responsabilidades da vida deles em nossas costas, mas sim, entendem que tudo depende exclusivamente deles mesmos. Esses fantásticos trabalhadores anônimos, soltos pelo Brasil, que honram e enchem a Umbanda de alegria, fazendo a filhinha mais nova de Olorum brilhar e sorrir...

Quando Oxalá calou – se os Orixás estavam mudados. Todos eles tinham suas esperanças recuperadas, realmente viram que se poucos os compreendiam, grande era o trabalho que estava sendo realizado, e talvez, daqui algum tempo, muitos outros juntariam – se nesse ideal. E aquilo alegrou – os tanto que todos começaram a assumir suas verdadeiras formas, que são de luzes fulgurantes e indescritíveis. E lá, do plano celeste, brilharam e derramaram – se em amor e compaixão pela humanidade.

Em Aruanda, os caboclos, pretos – velhos e crianças, o mesmo fizeram. Largaram tudo, também despiram – se e manifestaram sua essência de luz, sua humildade e sabedoria comungando a benção dos Orixás.

Na Terra, baianos, marinheiros, boiadeiros, ciganos e todos os povos de Umbanda, sorriam. Aquelas luzes que vinham lá do alto os saudavam e abençoavam seus abnegados e difíceis trabalhos. Uma alegria e bem – aventurança incríveis invadiram seus corações. Largaram as armas. Apenas sorriam e abraçavam – se. O alto os abençoava...

Mas, uma ação dos Orixás nunca fica limitada, pois é divina, alcançando assim, a tudo e a todos. E lá no baixo astral, aqueles guardiões e guardiãs da lei nas trevas também foram alcançados pelas luzes Deles, os Senhores do Alto. Largaram as armas, as capas, e lavaram suas sofridas almas com aquele banho de luz. Lavaram seus corações, magoados por tanta tolice dita e cometida em nome deles. Exus e Pomba-giras, naquele dia foram tocados pelo amor dos Orixás, e com certeza, aquilo daria força para mais muitos milênios de lutas insaciáveis pela Luz.

Miríades de espíritos foram retiradas do baixo – astral, e pela vibração dos Orixás puderam ser encaminhados novamente à senda que leva ao Criador. E na matéria toda a humanidade foi abençoada. Aos tolos que pensam que Orixás pertencem a uma única religião ou a um povo e tradição, um alerta. Os Orixás amam a humanidade inteira, e por todos olham carinhosamente.

Aquela noite que tinha tudo para ser uma das mais terríveis de todos os tempos, tornou – se benção na vida de todos. Do alto ao embaixo, da esquerda até a direita, as egrégoras de paz e luz deram as mãos e comungaram daquele presente celeste, vindo diretamente do Orun, a morada celestial dos Orixás.

Vocês, filhos de Umbanda, pensem bem! Não transformem a Umbanda em um campo de guerra, onde os Orixás são vistos como “armas” para vocês acertarem suas contas terrenas. Muito menos esqueçam do amor e compaixão, chaves de acesso ao mistério de qualquer um deles. Umbanda é simples, é puro sentimento, alegria e razão. Lembrem – se disso.

E quanto a todos aqueles, que lutam por uma Umbanda séria, esclarecida e verdadeira, independente da linha seguida, lembrem – se das palavras de Oxalá ditas linhas acima.

Não desanimem com aqueles que vos criticam, não fraquejem por aqueles que não tem olhos para ver o brilho da verdadeira espiritualidade.

Lembrem – se que vocês também inspiram e enchem os Orixás de alegria e esperança. A todos, que lutam pela Umbanda nessa Terra de Orixás, esse texto é dedicado. Honrem – los. Sejam luzes, assim como Eles!

Exe ê o babá (Salve o Pai Oxalá)

 

OGÃS

 

A palavra Ogã vem do Yorubá e significa Senhor da Minha Casa. O Ogã – médium responsável pelo canto e pelo toque - ocupa um cargo de suma importância e de responsabilidade dentro dos rituais de Umbanda, o conjunto de vozes e toques do atabaque ajudando nos trabalhos espirituais para que possam ser fortes e bonitos.

Também devemos observar, que o conjunto de atabaques e vozes é parte fundamental da sustentação da casa e dos trabalhos, a desarmonia no couro, pode tornar fragilizado os trabalhos e as energias da casa em dia de gira, toque ou como vocês irmãos estão acostumados a chamar em suas casas.

O responsável pelo toque, o Ogã, tem de ser bem preparado e Coroado ou Iniciado como Ogã para exercer tal função em um Terreiro, pois além de serem médiuns intuitivos, são Sacerdotes natos, aqueles que nascem com a função de falar por um Orixá, de serem um Instrumento puro dos Orixás e fazem isso através de suas mãos e cantos.

Mas observem que esta importância tem que ter muita observação com respeito à humildade do médium e uma sintonia harmônica com o dirigente da casa, pois sem esta sintonia torna-se inviável a convivência e os trabalhos. Tudo vem relacionado com a harmonização entre os pontos centrais de equilíbrio e relação pessoal.

O Ogã é um canal aberto para muitas linhas de trabalho da Umbanda que trabalham ativamente através dele, são linhas de caboclos, exus, pomba-gira, boiadeiros, crianças, etc... Que por motivos próprios trabalham nos “bastidores”, sem incorporarem ou tomarem a “linha de frente” dos trabalhos espirituais. Formam uma corrente de espíritos que auxiliam nos toques e cantos da curimba, são mestres na música de Umbanda e Candomblé, verdadeiros guardiões dos mistérios do “Som”.

Muitas são as funções que os pontos cantados têm. Primeiramente uma função ritualística, onde os pontos “marcam” todas as partes do ritual da casa. Assim temos pontos para a defumação, abertura das giras, bater cabeça, chamada, subida, sustentação dos Guias e fechamento de gira.

Uma outra função importante é de emitir ondas energéticas pelo som do atabaque e pelos cantos que servem para diluir algumas energias astrais negativas que não fazem bem ao médium.

A curimba é um verdadeiro “pólo” irradiador de energia dentro do Terreiro, potencializando ainda mais as vibrações dos Orixás, ajudando os médiuns tanto na hora das incorporações, desincorporações e da firmeza de um trabalho. A curimba, por si só, emite energia suficiente capaz de descarregar um médium ou uma Casa.

Por isso a curimba deve sempre estar em sintonia com os Guias Espirituais, com os Orixás e com o Dirigente do trabalho. O Ogã deve estar sempre pronto e procurando aprender mais e mais.

Sempre com amor, pois quando vibramos de coração, os cantos atuam sobre nossos chacras, ativando os, e deixando-nos em total sintonia com a Espiritualidade Superior.

Os pontos transformam-se em “orações cantadas”, ou melhor, verdadeiras determinações de magia, com um altíssimo poder de realização, pois é um fundamento Sagrado e Divino.

Poderíamos chamar tudo isso de “magia do som” dentro da Umbanda, pois não é simplesmente evocar uma Divindade, mas é chamado de magia por envolver toda uma “cadeia” onde o som da curimba atua nos médiuns positivando-os e equilibrando-os. Infelizmente, não temos visto nos templos de Umbanda uma preocupação com a qualidade da curimba, ou seja, com o conjunto de vozes e toques de atabaques.

Há Casas em que os atabaques são “tocados” com tanta força que parece que os Ogãs estão descarregando sua energia e sentimentos positivos e ou negativos nos couros dos instrumentos e não é possível ouvir as letras dos pontos cantados às vezes, nem mesmo a melodia.

 

Curimba, é um ponto de força dentro de um Terreiro de Umbanda. Sempre enaltece nossas giras, sendo de suma importância dentro do Terreiro. Os atabaques são chamados de Ilú na nação Ketu e Ngoma na nação Angola, mas todas as nações adotaram esses nomes Rum, Rumpi e Le para os atabaques, apesar de ser denominação Jeje.No Candomblé Jeje os Ogãs são classificados como:

PEJIGAN que é o primeiro Ogã da casa Jeje. O mais velho de todos os Ogãs é geralmente o mais sábio.
RUNTÓ
é o segundo, que é o tocador do atabaque Rum.
AXOGUN
é um ogã de suma importância no Candomblé, pois é o responsável pela execução sacrificial dos animais votivos, e é um especialista no que faz.


No Candomblé Ketu os Ogãs são classificados como:


ALAGBÊ - O chefe dos tocadores de atabaques, os instrumentos de percussão.
OGÃ GIBONÃ
- Zelador da casa de Exu, outro ogã de suma importância, pois seus conhecimentos ajudam na firmeza da casa.
OGÃ APONTADO
- Pessoa apontada como possível candidato a Ogã. Equivalente ao Ogã suspenso.
OGÃ SUSPENSO
- Pessoa escolhida por um Orixá para ser um Ogã, é chamado suspenso, por ter passado pela cerimônia onde é colocado em uma cadeira e suspenso pelos Ogãs da casa, significando que futuramente será confirmado e passará por todas as obrigações para ser um Ogã.

Há também outros Ogãs como Gaipé, Runsó, Gaitó, Arrow, Arrontodé.

No Candomblé Bantu os Ogãs são classificados como:

Tata NGanga Lumbido - Ogã guardião das chaves da casa.

Kambondos - Ogãs. Kambondos Kisaba ou Tata Kisaba - Ogã responsável pelas folhas.
Tata Kivanda
- Ogã responsável pelas matanças, pelos sacrifícios animais (mesmo que axogun).
Tata Muloji
- Ogã preparador dos encantamentos com as folhas e cabaças.Tata Mavambu - Ogã ou filho de santo que cuida da casa de Exu (de preferência homem, pois mulher não deve cuidar porque mulher menstrua e só deve mexer depois da menopausa, quando não menstruar mais, portanto, pelo certo as zeladoras devem ter um homem para cuidar desta parte, mas que seja pessoa de alta confiança).
Xicarangoma
- O chefe dos tocadores de atabaques, os instrumentos de percussão.

O respeito que os Ogãs devem ter pela Mãe e pelo Pai é enorme pois o Ogã nada mais é que o exemplo a ser seguido na gira pelos médiuns da casa, portanto devem passar uma imagem discreta, humilde e respeitosa.

Em suma o Ogã representa o respeito, harmonia, mística, e principalmente representa a religião de forma que só ele com o fundamento da musicalidade pode agir, assim como devemos sempre lembrar que tudo é uma extensão de energia das casas, uma corrente, um elo.

 
Salve a Curimba! Salve o Ogã! Salve a Umbanda

Fonte:www.umbandacarismatica.org.br
Gustavo Reis
MARCOS VINÍCIUS CARACCIO
 
 
 
 
Pai Nosso umbandista.
Pai nosso que estais no céus, nos mares, nas matas e em todos os mundos habitados.

Santificado seja o Teu nome, pelos Teus filhos, pela Natureza, pelas águas, pela luz e pelo ar que respiramos.

Que o teu reino, reino do bem, do amor e da fraternidade, nos una a todos e a tudo que criastes, em torno da sagrada Cruz, aos pés do Divino Salvador e Redentor.

Que a tua vontade nos conduza sempre para o culto do Amor e da Caridade.
Dai-nos hoje e sempre a vontade firme para sermos virtuosos e úteis aos nossos semelhantes. Dai-nos hoje o pão do corpo, o fruto das matas e as águas das fontes para o nosso sustento material e espiritual.

Perdoa, se merecermos, as nossas faltas, e dê sublime sentimento do perdão para os que nos ofendem. Não nos deixei sucumbir ante a luta, dissabores, ingratidão, tentações dos maus espíritos e ilusões pecaminosas da matéria.

Enviai Pai, um raio de Tua Divina complacência, luz e misericórdia, para Teus filhos pecadores que aqui habitam, p...
Cubra-me com seu manto de amor
Guarda-me na paz desse olhar
Cura-me as feridas e a dor me faz suportar
Que as pedras do meu caminho
Meus pés suportem pisar
Mesmo ferido de espinhos me ajude a passar
Se ficaram mágoas em mim
Mãe tira do meu coração
E aqueles que eu fiz sofrer, peço perdão
Se eu curvar meu corpo na dor
Me alivia o peso da cruz
Interceda por mim minha Mãe, junto a Jesus

Nossa Senhora me dê a mão
Cuida do meu coração
Da minha vida, do meu destino
Do meu caminho
Cuida de mim...

Sempre que o meu pranto rolar
Ponha sobre mim suas mãos
Aumenta minha fé e acalma o meu coração
Grande é a procissão a pedir
A misericórdia, o perdão
A cura do corpo e pra alma, a salvação
Pobres pecadores oh Mãe
Tão necessitados de Vós
Santa Mãe de Deus, tem piedade de nós
De joelhos aos Vossos pés
Estendei a nós Vossas mãos
Rogai por todos, nós Vossos filhos, meus irmãos

Nossa Senhora me dê a mão
Cuida do meu coração
Da minha vida, do meu destino
Do meu caminho
Cuida de mim...
As Lágrimas de um Pai de Santo..... 

Aquele Pai estava triste, acordara com o peito apertado, uma angústia sem motivo aparente. Passou o dia todo pensativo, foi para o terreiro mais cedo que o normal. Entrou, saudou sua tronqueira e encaminhou-se para o interior do templo, parou na porta, olhou o piso, as paredes, o teto, cada detalhe que não são percebidos ao longo das giras. Foi caminhando até o Congá, parou e ficou a olhá-lo, cada imagem, cada detalhe, cada risco, quanto amor colocado ali para que tudo fosse realizado, para que um sonho fosse concretizado, quanta luz aquele altar já havia irradiado, quantas bênçãos. Olhou a imagem de Ogum, grande guerreiro, quantas lutas. Olhou os Pretos-Velhos, quanta sabedoria e humildade e assim foi percorrendo todas as imagens daquele seu altar até se deter na imagem de Oxalá, imponente, no mais alto posto e tudo vigiava, mas seus olhos já não podiam ver, pois as lágrimas corriam pelo seu rosto. Ajoelhou-se perante aquele altar e chorou suas lágrimas, uma a uma foram caindo, lavando o chão sagrado daquele templo.

As lágrimas daquele Babalaô pareciam falar...
Falavam da incompreensão das pessoas, de quantos já haviam passado por aquele templo e nunca mais voltaram. Falavam dos rancores e das oportunidades perdidas.
Falavam dos seus filhos que vieram até suas mãos que os acolheu e acalentou até que eles estivessem prontos para trilharem novos caminhos. Falavam daqueles que partiram para o plano espiritual e deixaram saudades. Uma a uma as suas lágrimas foram caindo e cada uma delas lhe falava ao coração, até que a última lágrima rolou pelo seu rosto, só que esta era cristalina e parecia-lhe dizer: Eu sou o próprio Oxalá que vive em você, posso rolar pelo seu rosto e ir ao chão, mas jamais deixarei de estar em seu coração, continue a amparar meus filhos que o recompensarei com as asas da liberdade.

Aquele Babalaô levantou-se lavou o rosto e realizou a melhor gira de Umbanda de sua vida até aquele dia. Abençoou todos os seus filhos e compreendeu seu trabalho.
Dormiu tranqüilo, missão cumprida...
 



Uma noite eu tive um sonho...

Sonhei que estava andando na praia
com o Senhor
e no céu passavam cenas de minha vida.
Para cada cena que passava,
percebi que eram deixados dois pares
de pegadas na areia:
um era meu e o outro do Senhor.
Quando a última cena da minha vida
passou diante de nós, olhei para trás,
para as pegadas na areia,
e notei que muitas vezes,
no caminho da minha vida,
havia apenas um par de pegadas na areia.
Notei também que isso aconteceu
nos momentos mais difíceis
e angustiantes da minha vida.
Isso aborreceu-me deveras
e perguntei então ao meu Senhor:
- Senhor, tu não me disseste que,
tendo eu resolvido te seguir,
tu andarias sempre comigo,
em todo o caminho?
Contudo, notei que durante
as maiores tribulações do meu viver,
havia apenas um par de pegadas na areia.
Não compreendo por que nas horas
em que eu mais necessitava de ti,
tu me deixaste sozinho.
O Senhor me respondeu:
- Meu querido filho.
Jamais te deixaria nas horas
de prova e de sofrimento.
Quando viste na areia,
apenas um par de pegadas,
eram as minhas.
Foi exatamente aí,
que te carreguei nos braços. ♥

(Mary Stevenson)

Em tempos distantes, Odùdùwa, Rei de Ifé, diante do seu Palácio Real, chefiava o seu povo na festa da colheita dos inhames. Naquele ano a colheita havia sido farta, e todos em homenagem, deram uma grande festa comemorando o acontecido, comendo inhame e bebendo vinho de palma em grande fartura. De repente, um grande pássaro pousou sobre o Palácio, lançando os seus gritos malignos, e lançando farpas de fogo, com intenção de destruir tudo que por ali existia, pelo fato de não terem oferecido uma parte da colheita às feiticeiras Ìyamì Òsóróngà. Todos se encheram de pavor, prevendo desgraças e catástrofes.
O Rei então mandou buscar Osotadotá, o caçador das 50 flechas, em Ilarê, que, arrogante e cheio de si, errou todas as suas investidas, desperdiçando suas 50 flechas. Chamou desta vez, das terras de Moré, Osotogi, com suas 40 flechas. Embriagado, o guerreiro também desperdiçou todas suas investidas contra o grande pássaro. Ainda foi convidado para grande façanha de matar o pássaro, das distantes terras de Idô, Osotogum, o guardião das 20 flechas. Fanfarrão, apesar da sua grande fama e destreza, atirou em vão 20 flechas contra o pássaro encantado e nada aconteceu. Por fim, todos já sem esperança resolveram convocar da cidade de Ireman Òsotokànsosó, caçador de apenas uma flecha.
Sua mãe sabia que as èlèye viviam em cólera, e nada poderia ser feito para apaziguar sua fúria a não ser uma oferenda, uma vez que três dos melhores caçadores falharam em suas tentativas. Ela foi consultar Ifá para Òsotokànsosó. Os Babalaôs disseram para ela preparar oferendas com ekùjébú (grão muito duro), também um frango òpìpì (frango com as plumas crespas), èkó (massa de milho envolta em folhas de bananeira), seis kauris (búzios). A mãe de Òsotokànsosó fez então assim. Pediram ainda que oferecesse, colocando sobre o peito de um pássaro sacrificado em intenção e que oferecesse em uma estrada, e durante a oferenda recitasse o seguinte: "Que o peito da ave receba esta oferenda". Neste exato momento, o seu filho disparava sua única flecha em direção ao pássaro, esse abriu sua guarda recebendo a oferenda ofertada pela mãe do caçador, recebendo também a flecha certeira e mortal de Òsotokànsosó. Todos, após tal ato, começaram a dançar e gritar de alegria: "Oxossi! Oxossi!" (caçador do povo). A partir desse dia todos conheceram o maior guerreiro de todas as terras, foi referenciado com honras e carrega seu título até hoje. Oxossi!

 

Curimbembê, Curimbembá
Sete Flechas um grande orixá
Com sete dias de nascido
A Jurema o encontrou
Deitado na folha seca
O caboclo ela criou
Curimbembê, Curimbembá
Sete Flechas um grande orixá
Nasceu na mata de Oxóssi
Na aldeia de Juremá
O caboclo Sete Flechas
Iluminado por Oxalá

Caboclos são entidades iluminadas, são guerreiras por criação, nada se pede aos Caboclos sem ter uma resposta, mas lembre-se esta entidade pede que o filho sempre lute por seus objetivos, para falarmos de determinada Entidade temos que levar em consideração diversos pontos, para afirmar então que essa ou aquela história pertence a tal Entidade é uma responsabilidade muito grande, para inicio de conversa quem escreve tal história tem ter em mente que a mesma pertence a Entidade que trabalha com ele e não todas Entidades que carregam o mesmo nome, médiuns diferentes espíritos diferentes.



Vamos falar um pouco deste maravilhoso Caboclo, que de passagem já vos digo que não se trata apenas de uma Entidade e sim de toda enorme Falange que podemos encontrar a serviço de todos Orixás, que usam o nome deste caboclo, de inicio iremos começar com uma frase muito bonita.


“Voce que fala da Umbanda.



Não sabe o que a Umbanda é


A Umbanda é força divina


A Umbanda é pra quem tem fé.


A Umbanda é de Preto-Velho


E de Caboclo de pé no chão


A Umbanda é de gente humilde


Pois a Umbanda é amor e perdão”


Aqui eu não irei contar nenhuma história da Entidade e sim alguns fatores que devemos levar em consideração a respeito deste Caboclo.



A vibração original do Caboclo 7 Flechas é a vibração de Oxossi, porém temos que ter em mente que o Caboclo foi agraciado com 7 flechas em que cada uma representa uma vibração de cada Orixá, tendo assim a incumbência de enviar seus Falangeiros a todas as outras vibrações. Por este fato é que encontramos Caboclos que usam o nome do seu chefe de legião (Caboclo 7 Flechas), espalhados por todas as 7 Linhas e sub-Linhas da Umbanda, ou seja, em todas vibrações existentes dentro da Umbanda. O Caboclo das 7 Encruzilhadas e a Falange que ele comanda vibra junto a todos Orixás.


O Caboclo 7 Flechas, recebeu essas flechas de 7 Orixás, a mando de Oxalá e essas flechas podemos tentar definir cada uma, lógico que esta definição não é algo que repasso de forma pretensiosa, mesmo porque eu não trabalho com este Caboclo, eu O tenho em grande estima e sempre o rogo vossa proteção, pois este era o Caboclo que trabalhava com meu Pai no Santo (desencarnado).


- Oxossi colocou uma flecha no seu braço direito, flecha da saúde para que derrame sobre nós os bálsamos curadores.


- Ogum colocou uma flecha no seu braço esquerdo, flecha da defesa para que sejamos defendidos de todas as maldades materiais e espirituais.


- Xângo cruzou uma flecha em seu peito, para nos defender das injustiças da humanidade.


- Iansã cruzou uma flecha em suas costas, para nos defender de todas as traições de nossos inimigos.


- Iemanjá colocou uma flecha sobre sua perna direita, para abrir nossos caminhos materiais e na senda da espiritualidade.


- Oxum colocou uma flecha sobre sua perna esquerda, para lavar os nossos caminhos, iluminar os nossos espíritos e nos defender de todas as forças contrárias à vontade de Deus.


- Omulu/Obaluaiê entregou em suas sagradas mãos a flecha da força astral superior, para distribuir à humanidade a Divina força da fé e da verdade.


O Caboclo 7 Flechas tem um conhecimento profundo das ervas e das folhas de nossa flora e da flora de outros países, trabalha na cura, exímio vencedor de grandes demandas espirituais e como alguns costumam dizer ele é um Caboclo Mandingueiro, ou seja, quebrador de mandingas destinadas a seus filhos e a seus protegidos, manipulador das energias do Astral e não fica “preso” a nenhuma vibração, ele trabalha dentro de todas as vibrações com os Falangeiros que ele comanda. Infelizmente alguns de nossos irmãos O confundem com o Caboclo Pena Branca justamente por ele trabalhar em todas as Linhas e em todas as vibrações junto a seus Falangeiros, assim também acontece com o Caboclo Pena Branca e seus Falangeiros, mas são Caboclos diferentes, vibrações diferentes e principalmente “ordenanças” diferentes, um tem sua vibração original junto a Oxossi e o outro junto a Oxalá.


Após estas poucas linhas que tento repassar o que penso conhecer sobre este Caboclo, que eu sempre respeitei e de imediato rogo ao mesmo Agô por algum erro, por algum equivoco ao tentar repassar aos meus amados irmãos de Umbanda algo em sua homenagem e na tentativa de ser entendido por todos, que de nada adianta histórias e sim o que estes espíritos do Astral superior vem fazer em nossos Terreiros em nome Deus, dentro da humildade, dentro da caridade, do amor e da Fé e aqui termino deixando abaixo algumas linhas de um livro escrito pelo nosso irmão Wilson T. Rivas que ele deu como titulo Umbanda é Luz, que segundo o autor é uma mensagem do Caboclo 7 Flechas.


Não vá contra a sua consciência, só ela mostra a verdade , ela é a visão clara das coisas que a idolatria pode cegar!


Às vezes, em fase já avançada, se perde a noção e a diferenciação entre idolatria e idolatrado, confundem-se em uma só coisa, pois esse ( O idolatrado) já é ídolo para si mesmo e fica numa dependência tamanha da idolatria, irmã gêmea da vaidade, orgulho, e pompa que a visão que os outros têm, passa a ser necessariamente a sua, por isso é que daí vem a cegueira fatal, sem cura e eterna.


O maior antídoto contra a idolatria e de quem impõe ser idolatrado, é a consciência tranqüila das coisas que o cerca, sua vontade, honestidade, e acima de tudo, a razão, irmã gêmea da compreensão e da verdade, essa mostra o que realmente é importante: que é servindo que se é servido, que é ensinando que se aprende que é dignificante ser digno e que é mostrando o caminho real que se encontra Deus.


Paz profunda!


Amor eterno!


Razão e verdade, seja sempre o seu lema!!!


Assim seja!


(Caboclo 7 Flechas, Do livro: Umbanda é Luz – Wilson T. Rivas)


Alguns Falangeiros do Caboclo 7 Flechas:


7FlechasCaveira


7FlechasDouradas


7FlechasLigeiras


7FlechasDouradas


7FlechasdeAngola


7FlechasdaMataVirgem


7FlechasdeUrucaia


7FlechasdeAruanda


7FlechasdaJurema


7FlechasdaPenaBranca


7FlechasdasMontanhas


7FlechasdasAlmas


7FlechasdasMatas


7FlechasdaLuaNova


7FlechasdoOriente


7Flechasdapedreira


7FlechasdoPanaiá


7FlechasdeOxossi


7FlechasdeOgum


7FlechasdaLua


7FlechasAzuis


(..)


Acima apenas alguns Falangeiros que eu conheço, mas com toda certeza existe muitos outros o importante é que já deu para perceber que a Falange do Caboclo das 7 Flechas trabalham em diversas vibrações junto a diversos Orixás.

Preçe ao Caboclo Sete Flechas


Salve Deus Pai, criador de todo o universo! Salve São Sebastião, rei da mata e chefe de todos os Caboclos! Salve Pai Sete Flechas e sua falange guerreira!

Pai Sete Flechas baixai sobre nós um jato da vossa divina luz, iluminando os nossos espíritos, para que possamos entrar em comunicação com essa centelha de luz divina que emana de vossas sagradas flechas, nos defendendo e amparando neste mundo terreno. Salve as sete flechas que vos foi dada espiritualmente para nos defender de todas as provas que não nos vem de Deus.

Bendito seja São Sebastião que vos botou sobre o braço direito a flecha da saúde, para que derrame sobre nós os balsamos curadores.

Bendito seja São Jorge, que vos botou sobre o vosso braço esquerdo a flecha da defesa, para que sejamos defendidos de todas as maldades materiais e espirituais.

Bendito seja São Jeronimo, que vos cruzou uma flecha em vosso peito para defender-nos das injustiças da humanidade.

Bendita seja a Grande Mãe Senhora da Conceição, que botou uma flecha em vossas costas, para defender de todas as traições de nossos inimigos.

Bendito seja o Senhor do Bonfim, que vos botou uma flecha sobre a perna direita para abrir os nossos caminhos materiais e na senda da espiritualidade.

Bendita seja Nossa Senhora dos Navegantes, que botou uma flecha sobre vossa perna esquerda, para lavar os nossos caminhos, iluminando os nossos espíritos e defendendo-nos de todas as forças contrárias à vontade de Deus.

Bendito seja São João Batista, que entregou em suas mãos a flecha da força astral superior, para a humanidade, a divina força da fé e da verdade.

Deus Pai foi quem ordenou, os Santos as flechas lhe entregou; com as forças das sete flechas, Pai Sete Flechas me abençoai.

CABOCLA JUREMA - Onde está a Jurema A Jurema onde está Está procurando os capangueiros Que ainda estão no Juremá Quem mandou chamar Em nome do Pai Oxalá Foi seu Oxóssi o caçador Que já baixou no seu congá Salve todo o povo da Jurema Salve a sua luz, seu jacutá Levando todos os males de seu filhos Deixando paz e amor Na fé de Oxalá

Ela é a senhora dos ventos Ela é a mais linda Orixá Ela veio a calmar a tormenta Quem mandou foi meu pai Oxalá Iansã, minha mãe Iansã Sua espada de ouro no céu brilhou Iansã, minha mãe Iansã Obrigada senhora Porque a bonança chegou

Eparrei Oiá Dona do vento, mensageira de Oxalá Eparrei Oiá, eparrei Oiá Dona do vento, mensageira de Oxalá Saravá Santa Guerreira Deusa do fogo e da luz Minha Santa Padroeira Que meu destino conduz Proteção para seus filhos Eparrei Oiá Moça rica da Umbanda Venha nos abençoar

OGUM BEIRA MAR - Beira Mar, auê Beira Mar Ogum já jurou bandeira Nas matas do Humaitá Ogum já venceu demanda Vamos todos saravá Beira Mar, auê Beira Mar Eu estava na minha gira Eu estava no meu Congá Eu estava na minha gira Vamos todos saravá Beira Mar, auê Beira Mar A sua espada brilha no raiar do dia Seu Beira Mar é filho da Virgem Maria Seu Beira Mar, beirando a areia Seu Beira Mar é filho da mamãe sereia

CABOCLO PENA BRANCA - Que penacho é esse que eu vejo brilhar É Seu Pena Branca que aqui vai chegar Firma seu ponto ora veja seu cocar É Seu Pena Branca que aqui vai chegar Mas que Luz é essa que eu vejo brilhar É Seu Pena Branca que aqui vai chegar Firma seu ponto saravá Pai Oxalá É Seu Pena Branca que aqui vai chegar

PONTO CANTADO BOIADEIRO



Balança porteira velha, balança, balanceou
Balança porteira velha, Baianada já chegou
Galo cantou já é de madrugada
Já está na hora de chamar a Baianada

Boia boia boiadeiro
Cadê sua boiada
Boia boia boiadeiro
Cadê sua boiadaO meu boi sumiu
E eu não sei aonde foi
O meu boi sumiu
E eu não sei aonde foi

A menina do sobrado
Mandou me chamar
A menina do sobrado
Mandou me chamarPra ser criado
E eu mandei dizer a ela
Que estava vaquejando seu gado
Pra ser criado
E eu mandei dizer a ela
Que estava vaquejando seu gado


Cadê meu laço, laço de laçar meu boi
Cadê meu laço, laço de laçar meu boi
O meu boi sumiu e eu não sei para onde foi
O meu boi sumiu e eu não sei para onde foi

Joga o laço
Pega o laço
Quero ver seu alazão
Joga o laço pega o laço
Quero ver seu boi no chão
Seu boiadeiro por aqui choveu
Seu boiadeiro por aqui choveu
Choveu e água rolou
Foi nessa água que seu boi rolou

Minha boiada é de 31
Minha boiada é de 31
Más está faltando 1
Más está faltando 1



Subida de Boiadeiro

Celei Celei
Seu cavalo
Celei
Seu boiadeiro vai embora
Seu cavalo eu cele

PRECE À IANSÃ


Iansã protetora nas grandes demandas, nas grandes tempestades, Abranda esta tormenta que a minha vida invade. Fazei que eu caminhe com o amparo de vossas mãos, Para que eu seja mais firme em meu pensamento e minha razão. Perdoe-me as minhas faltas, Ajudando-me a ver onde esta mais escuro, na minha estrada terrena.

Assim Seja!

Okê Arô meu Pai Oxóssi!
Okê Okebamo, Salve todo o Povo de Oxóssi!

OXÓSSI, LÁ NA MATA PIOU

Lá na mata… piou, piou!

Lá na mata… piou, piou!

Lá na mata… piou, piou!

O Rei da Mata chegou!

Oxóssi é Rei da Mata,

É vencedor de demanda,

É Orixá consagrado,

Coroado na nossa Umbanda.

Lá na mata!

OXUM - O rio é de Oxum, aiê êo
O lago é de Oxum, aiê êo
Águas de Oxum, aiê êo, aiê êo Oxum, aiê êo
Águas de Oxum, aiê êo, aiê êo Oxum, aiê êo


Água da cachoeira, aiê êo
Força da cachoeira, aiê êo
Água cristalina, aiê êo, aiê êo Oxum, aiê êo
Águas de Oxum, aiê êo, aiê êo Oxum, aiê êo



O rio passa na mata, aiê êo
Na pedra uma cascata, aiê êo
Oxóssi e Xangô, aiê êo, aiê êo Oxum, aiê êo
Águas de Oxum, aiê êo, aiê êo Oxum, aiê êo



O vento na campina, aiê êo
O rio corta a campina, aiê êo
Iansã e Ogum, aiê êo, aiê êo Oxum, aiê êo
Águas de Oxum, aiê êo, aiê êo Oxum, aiê êo



O rio encontra o mar, aiê êo
Nos braços de Iemanjá, aiê êo
Mãe de Oxalá, aiê êo, aiê êo Oxum, aiê êo
Águas de Oxum, aiê êo, aiê êo Oxum, aiê êo

Pontos de Descarga


Já está na hora
E o galo cantou
Quando o galo cantaô gente
Pai Joba chegou
Pai Joba chegou, pra descarregar
Levando toda maldadeô gente
Pro fundo do mar

Mestre Luiz chegou
Ô Mestre Luiz salvou

Mestre Luiz chegou
Pra levar todo mal, de suascafio
De sua gongá
Para o fundo do mar
Ê, ê


Sereia minha Sereia
Minha Sereia do mar
(bis)
Todo mal desses filhos,ô Sereia
Leva pro fundo do mar, mar, mar


A marola do mar
Vem chegando
E os Caboclos Sereia
Descarregando


Chegou na sua gira
Com seu pessoal
Pai Sebastião
Pra levar todo mal
Ê, ê, ê, ê, ê, á
Leva mandinga pro fundo do mar


Pai Tomé veio do Paraíso
Junto com Pai João
Mas ele veio descarregar seus filhos
Meus irmãos
Com o bastão de São José
Do cravo nasceu a rosa
Da rosa nasceu a flor
Da flor nasceu Maria Virgem
Meus irmãos
A Mãe de nosso Redentor

Capitão do mar
È Barabará
É com chuva, é com vento

Ele vai navegar
Ele vai, ele vai
E com chuva e com vento
Ele vai navegar

Lá no alto da pedreira
A faísca vem rolando
Agüenta a mão cabra de força
Que a faísca vem queimando


Corto língua
Cortomironga
Corto língua de falador
Aonde ele pisa não há embaraço
Chegou Ubirajara do Peito de Aço

(surra)

Que bombardeio que se deu lá na
Jurema
Até sua palhoça Oxossi quis abandonar
Mas eleé Caboclo de pena da Jurema
Que veio para seus filhos sarava

Tavadormindo

Na porteira do curral
Quem tem inimigo não dorme
Acorda vai vigiar
O Pai Nosso
Qualquer um sabe rezar
(bis)
Pai, Filho, Espírito Santo
O Santo nome de Jesus


Bananeira que eu planteià meia noite
E que deu cacho na beira do caminho
Eu quero ver esse cabra queé maluco
Que risca ponto contra feiticeiro


Eu venho de tão longe
Sem conhecer ninguém
A procura de uma rosa
Que a roseira tem


Tire a folha
Quebre o galho
Arranque o toco pra não nascer
Eu quero ver todo o povo de Aruanda
Trabalhando na Umbanda
Pra quimbanda não vencer
(bis)


Esse Terreiroé de Ganga Macaia Esse Terreiroé de Ganga Macaia Esse Terreiroé de Ganga Macaia Macutaia Maleme
È de Ganga Macaia

Descarreguei
Descarregá
Descarrega a mandinga
Pro fundo do mar


De longe eu vejo
Papai na Umbanda
Estão bulindo
Estão mexendo
Estão demandando
Com o Terreiro de Umbanda

Pontos de CRIANÇA


Lá no céu tem três estrelas
Todas três em carreirinha
Uma é São Cosme e São Damião
A outra é Mariazinha




São Cosme e São Damião
Sua santa já chegou
Vamos ao fundo do mar
Que Santa Bárbara mandou
Dois, dois Sereia do Mar
Dois, dois Mamãe Iemanjá



Bahia é Terra de coco
Cidade de dois irmãos
Governador da Bahia
É São Cosme e São Damião




Hoje tem alegria
Hoje tem alegria
Hoje tem alegria
No Terreiro de Umbanda
Hoje tem alegria




O sol e a lua são dois irmãos
São irmãos gêmeos
Como Cosme e Damião
Filhos de Umbanda
Manda, mas não vai
Quem é filho de Umbanda
Tomba mas não cai

ORACIÓN A SARA PARA LA PROTECCIÓN DE LOS HIJOS

Mi Amada Maestra sara

Tu, que como madre del pueblo gitano,

sabes lo que es el desespero

de ver un hijo sufriendo,

protege el (los) mío (míos)

de todas las calamidades.

Que el camino de ellos sea

siempre de Luz

Prosperidad

Alegría

Felicidad.

Y que cada uno de ellos

consiga perpetuar su vida

con una familia numerosa y feliz.

Salve sara, Madre y Maestra!

“Yemanjá, Mãe das águas,
Abre as suas asas sobre nós!
Ilumina os nossos corações sedentos de amor e paz.
Abençoa esse serviço espiritual que abraçamos em nome da luz.

Vem, Mãe querida!

Interpenetre os nossos pensamentos e os nossos sentimentos, para dançarmos juntos na luz.
Que as suas águas curativas lavem as nossas mazelas.
E que as criaturinhas extrafísicas da natureza, sob o seu comando, brinquem em nossos chacras acesos de amor.

Mãe das águas,
Abençoa essa estrela bonita, que flutua acima de nossas cabeças.
Essa estrela que nos protege com as luzes do Oriente.

Renova os nossos votos de crescimento e nossas energias.
Faz a dança do universalismo quebrar os nossos preconceitos e limitações.

Mãe amada,
Que todos nós (encarnado e desencarnados), possamos ser melhorados com as suas águas curativas.
Que haja a festa da luz em todos nós (em espírito e corpo).

Yemanjá, rainha espiritual,
Abre as suas asas

sobre nós!
E abençoa esse nosso serviço espiritual.
Que todos nós sejamos lavados nas águas da bem-aventurança!
De coração aberto, com humildade e respeito, nós agradecemos a sua proteção espiritual.”

LOUVAÇÃO DO PRETO-VELHO

Eh, eh, eh... Meu sinhozinho,
Dá licença d’eu chegar,
Eu venho vindo de mina,
Com permissão de Oxalá,
Pra cumprir minha missão,
Meus irmãos vim ajudar. (bis)

Eh, eh, eh... Meu sinhozinho,
Vim pra festa de sinhá,
Da nossa Mãe Iansã,
Mãe Oxum e Iemanjá,
Ver a Espada e a Rosa,
Lado a lado no conga. (bis)

Eh, eh, eh... Meu sinhozinho,
Trago rosas pra yayá,
Amarelas pra Oxum,
As vermelhas pra Oyá,
E as brancas meus irmãos,
Pra nossa Mãe Iemanjá. (bis)

Eh, eh, eh... Meu sinhozinho,
Preto-Velho vem louvar,
Em nome da sua gente,
Três Rainhas do Gongá...

Salve a Espada de Ouro,
De Iansã ou de Oyá,
Salve as Águas de Oxum,
Salve as Águas de Iemanjá,
Salve a nossa Lei Divina,
A Umbanda de Oxalá. (bis)

PAI JOÃO D´ANGOLA

Quando ele vem nesta banda,
Vem na Umbanda saravá, gongá,
Ô saravá Pai João d´Angola, saravá,
Que a seus filhos de pemba,
Ele vem abençoar, saravá.


Na Angola tem um velho,
Que caminha devagar,
Chama Pai João,
E vamos trabalhar.

Eu andava por uma Estrada.
Quando Um velho eu Encontrei.
Eu perguntei, Quem é vocè:
E ele me respondeu!!!!
Junto de voce caminho.
Afastando os Espinhos.
Para voce não sofrer.
E com seu Ançe Sagrado.
Te protejo e te Amparo.
Sou Obaluaye…
A seus pés me ajoelhei.
Suas mãos eu afaguei.
Suas preces eu emplorei.
Atoto Baluaye sou feliz tenho voce.
Eu caminhei, caminhei, caminhei…
Hoje sou feliz meu Pai Obaluaye.

Quem disse que meu pai é velho,
É velho mais tem coroa
Ofereço a obaluaue
Pipoca,perfume e flores.

Prece de Cáritas
Deus nosso Pai, que sois todo poder e
bondade,
Dai a força aqueles que passam pela
provação,
Dai a luz aquele que procura a verdade
Ponde no coração do homem a
compaixão e a caridade.

Deus ! Daí ao viajante a estrela guia, ao aflito a consolação, ao doente o repouso. Pai ! Daí ao culpado o arrependimento, ao Espírito a verdade, à criança o guia, ao orfão o pai.
Senhor ! Que a vossa bondade se
estenda sobre tudo que criastes,

Piedade Senhor, para aqueles que Vos não conhecem, esperança para aqueles que sofrem.

Que Vossa bondade permita aos Espíritos consoladores, derramarem por toda a parte a paz, a esperança e a fé.

Deus ! Um raio, uma faísca de Vosso amor pode abrasar a Terra; deixai-nos beber nas fontes dessa bondade fecunda e infinita, e todas as lágrimas secarão, todas as dores se acalmarão.

Um só coração, um só pensamento subirá até Vós, como um grito de reconhecimento e de amor.

Como Moisés sobre a montanha, nós Vos esperamos com os braços abertos, Oh bondade; Oh beleza; Oh perfeição e queremos de alguma sorte merecer a Vossa misericórdia.

Deus ! Dai-nos a força de ajudar o progresso a fim de subirmos até Vós, dai-nos a caridade pura, dai-nos a fé e a razão, dai-nos a simplicidade que fará das nossas almas o espelho onde se refletirá a Vossa imagem.

Oração Umbandista.

Senhor, fazei de mim um instrumento
da Vossa Comunicação.
Onde tantos mistificam, que eu leve
a palavra da verdade!
Onde tantos procuram ser servidos,
que eu leve a alegria de servir!
Onde tantos fecham os olhos para a
prática do bem, que eu abra meu coração para acolher!
Onde tantos usam a Umbanda como
comércio, que eu seja usada pela Umbanda para o Amor!
Onde tantos espalham a ignorância e
o preconceito, que eu saiba agir pela Luz do Conhecimento e da
Razão!
Onde a vida perdeu o sentido, que
através da Umbanda eu leve o Sentido de viver!
Onde tantos me pedem um “despacho”,
que eu saiba ensinar a benção do trabalho interno!
Onde haja doença, que eu leve a
vibração de saúde do Sr. Oxossi.
Onde haja desespero que eu leve a
concórdia e a placidez das Águas.
Onde houver desânimo, que leve a
determinação e tenacidade do Sr. Ogum.
Onde houver injustiça, que eu leve o
discernimento e a justiça do Sr. Xangô.
Onde tantos me pedem um milagre, que
eu seja a humildade do Preto Velho!
Onde tantos estão sempre distantes,
que eu possa fazer a Umbanda sempre presente!
Onde tantos sofrem de solidão que
faz morrer, que eu seja a pureza de Ibejada, espalhando a
alegria!
Onde tantos morrem na matéria que
passa, que o Sr. Omulu me abençoe com a vibração da terra, geradora
permanente de vida.
Onde tantos olham para a terra, que
eu seja um espelho de Aruanda, a refletir sua Luz na terra!

História da umbanda

As raízes da Umbanda são difusas. Entretanto, podemos afirmar que ela foi criada em 1908 pelo Médium Zélio Fernandino de Moraes, sob a influência do Caboclo das Sete Encruzilhadas. Antes disso, já havia, de fato, o trabalho de guias (pretos velhos, caboclos, crianças, exus, etc), assim como religiões ou simples manifestações religiosas espontâneas cujos rituais envolviam incorporações e o louvor aos orixás. Entretanto, foi através de Zélio que organizou-se uma religião com rituais e contornos bem definidos à qual deu-se o nome de Umbanda. Nesta época, não havia liberdade religiosa. Todas as religiões que apontavam semelhanças com rituais afros eram perseguidas, os terreiros destruídos e os praticantes presos.

 

Mensagem do Caboclo das 7 Encruzilhadas

Ola Amigos !


Em 1971, a senhora Lilia Ribeiro, diretora da TULEF (Tenda de Umbanda Luz, Esperança, Fraternidade – RJ) gravou uma mensagem do Caboclo das Sete Encruzilhadas, que bem espelha a humildade e o alto grau de evolução desta entidade de muita luz. Ei-la:

"A Umbanda tem progredido e vai progredir.
É preciso haver sinceridade, honestidade e eu previno sempre aos companheiros de muitos anos: a vil moeda vai prejudicar a Umbanda; médiuns que irão se vender e que serão, mais tarde, expulsos, como Jesus expulsou os vendilhões do templo.

O perigo do médium homem é a consulente mulher; do médium mulher é o consulente homem. É preciso estar sempre de prevenção, porque os próprios obsessores que procuram atacar as nossas casas fazem com que toque alguma coisa no coração da mulher que fala ao pai de terreiro, como no coração do homem que fala à mãe de terreiro. É preciso haver muita moral para que a Umbanda progrida, seja forte e coesa.
Umbanda é humildade, amor e caridade – esta é a nossa bandeira.
Neste momento, meus irmãos, me rodeiam diversos espíritos que trabalham na Umbanda do Brasil: Caboclos de Oxossi, de Ogum, de Xangô. Eu, porém, sou da falange de Oxósse, meu pai, e não vim por acaso, trouxe uma ordem, uma missão.
Meus irmãos: sejam humildes, tenham amor no coração, amor de irmão para irmão, porque vossas mediunidades ficarão mais puras, servindo aos espíritos superiores que venham a baixar entre vós; é preciso que os aparelhos estejam sempre limpos, os instrumentos afinados com as virtudes que Jesus pregou aqui na Terra, para que tenhamos boas comunicações e proteção para aqueles que vêm em busca de socorro nas casas de Umbanda.
Meus irmãos: meu aparelho já está velho, com 80 anos a fazer, mas começou antes dos 18. Posso dizer que o ajudei a casar, para que não estivesse a dar cabeçadas, para que fosse um médium aproveitável e que, pela sua mediunidade, eu pudesse implantar a nossa Umbanda. A maior parte dos que trabalham na Umbanda, se não passaram por esta Tenda, passaram pelas que safram desta Casa.
Tenho uma coisa a vos pedir: se Jesus veio ao planeta Terra na humildade de uma manjedoura, não foi por acaso. Assim o Pai determinou. Podia ter procurado a casa de um potentado da época, mas foi escolher aquela que havia de ser sua mãe, este espírito que viria traçar à humanidade os passos para obter paz, saúde e felicidade.
Que o nascimento de Jesus, a humildade que Ele baixou à Terra, sirvam de exemplos, iluminando os vossos espíritos, tirando os escuros de maldade por pensamento ou práticas; que Deus perdoe as maldades que possam ter sido pensadas, para que a paz possa reinar em vossos corações e nos vossos lares.
Fechai os olhos para a casa do vizinho; fechai a boca para não murmurar contra quem quer que seja; não julgueis para não serdes julgados; acreditai em Deus e a paz entrará em vosso lar. É dos Evangelhos.
Eu, meus irmãos, como o menor espírito que baixou à Terra, mas amigo de todos, numa concentração perfeita dos companheiros que me rodeiam neste momento, peço que eles sintam a necessidade de cada um de vós e que, ao sairdes deste templo de caridade, encontreis os caminhos abertos, vossos enfermos melhorados e curados, e a saúde para sempre em vossa matéria.
Com um voto de paz, saúde e felicidade, com humildade, amor e caridade, sou e sempre serei o humilde Caboclo das Sete Encruzilhadas".

Caboclo das sete Encruzilhada

Em 1945, José Álvares Pessoa, dirigente de uma das sete casas de Umbanda fundadas inicialmente pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, obteve junto ao Congresso Nacional a legalização da prática da Umbanda. A partir dai, muitas tendas cujos rituais não seguiam o recomendado pelo fundador da religião, passaram a dizer-se umbandistas, de forma a fugir da perseguição policial. Foi aí que a religião começou a perder seus contornos bem definidos e a misturar-se com outros tipos de manifestações religiosas. De tal forma que hoje a Umbanda genuína é praticada em pouquíssimas casas. Hoje, existem diversas ramificações onde podemos encontrar influências que utilizam a palavra Umbanda, como as indígenas (Umbanda de Caboclo), as africanas (Umbandomblé, Umbanda traçada) e diversas outras de cunho esotérico (Umbanda Esotérica, Umbanda Iniciática). Existe também a "Umbanda popular", onde encontraremos um pouco de cada coisa ou um cadinho de cada ancestralidade, onde o sincretismo (associação de santos católicos aos orixás africanos) é muito comum. Mantém-se na Umbanda o sincretismo religioso com o catolicismo e os seus santos, assim como no antigo Candomblé dos escravos, por uma questão de tradição, pois antigamente fazia-se necessário como uma forma de tornar aceito o culto afro-brasileiro sem que fosse visto como algo estranho e desconhecido, e, portanto, perseguido e combatido. Há discordância sobre as cores votivas de cada orixá conforme o local do Brasil e a tradição seguida por seus seguidores. Da mesma forma quanto ao Santo sincretizado a cada orixá. Alguns exemplos: Exu - Santo Antonio no rio de janeiro; Ogum - São Jorge OU Santo Antonio na bahia; Oxossi - São Sebastião; no Brasil, São Jorge na bahia; Xangô - São Jerônimo,São João Batista, São Miguel Arcanjo Iemanjá - Nossa Senhora dos Navegantes; Oxum - Nossa Senhora da Conceição; Yansan - Santa Bárbara; Omulu - São Roque; Obá - Santa Rita de Cássia, Santa Joana d'Arc Obaluaê - São Lázaro; Nanã - Sant'Anna; Egunitá - Santa Sara Kali, Oxalá - Divino Jesus Cristo, o Ser Cristalino.

 

Os fundamentos

Os fundamentos da Umbanda variam conforme a vertente que a pratique. Existem alguns conceitos básicos que são encontrados na maioria das casas e assim podem, com certa ressalva e cuidado, ser generalizados para todas as formas de Umbanda. São eles: A existência de uma fonte criadora universal, um Deus supremo, chamado Olorum, Zambi ou Oxala; A obediência aos ensinamentos básicos dos valores humanos, como: fraternidade, caridade e respeito ao próximo. Sendo a caridade uma máxima encontrada em todas as manifestações existentes; O culto aos orixás como manifestações divinas, em que cada orixá controla e se confunde com um elemento da natureza do planeta ou da própria personalidade humana, em suas necessidades e construções de vida e sobrevivência; A manifestação dos Guias para exercer o trabalho espiritual incorporado em seus médiuns ou "aparelhos"; O mediunismo como forma de contato entre o mundo físico e o espiritual, manifesta de diferentes formas; Uma doutrina, uma regra, uma conduta moral e espiritual que é seguida em cada casa de forma variada e diferenciada, mas que existe para nortear os trabalhos de cada terreiro; A crença na imortalidade da alma; A crença na reencarnação e nas leis cármicas; [editar] Um Deus único e superior Deus, em sua benevolência e em sua força emana de si e através dos orixás e dos guias (espíritos desencarnados) seu amor, auxiliando os homens em sua caminhada para a elevação espiritual e intelectual

Os Orixás na umbanda

Os Orixás Na Umbanda os Orixás são energias, forças da natureza que estão presentes em todos os lugares, influenciando as pessoas e irradiando energias que mantém o equilíbrio natural dos elementos em relação ao universo. Uma interpretação mais objetiva coloca os orixás como espíritos que progrediram muito espiritualmente, não necessitando mais do processo reencarnatório, e que para darem continuidade no seu progresso espiritual possuem como missão organizar e orientar uma rede de espíritos com menos progresso espiritual do que eles, ajudando-os a progredirem espiritualmente. Cada pessoa está ligada a um desses orixás e suas características são encontradas em seus filhos, seja na forma física ou, mais evidente, nas características psicológicas e comportamentais a qual a pessoa está relacionada. Os elementos nos quais se manifestam os orixás cultuados na umbanda são: Oxalá Onipresente, Ogum estradas e campinas, Oxóssi nas matas, Xangô pedreiras, Yorimá na Umbanda / Yorimá a linha dos Pretos Velhos, Yori na Umbanda/Yori a linha das crianças, , Iemanjá nos Mares,esses considerados o Orixás maiores,Oxum cachoeiras Iansã ventos e tempestades Obaluaê na terra, Nanã nas águas paradas e da lama dos fundos dos rios e lagos, além da água das chuvas, esses considerados Orixás menores. [editar] Sincretismo Indígeno, africano, católico, espírita, outras. A Umbanda é uma junção de elementos africanos (orixás e culto aos antepassados), indígenas (culto aos antepassados e elementos da natureza), Catolicismo (o europeu, que trouxe o cristianismo e seus santos que foram sincretizados pelos Negros Africanos), Espiritismo(fundamentos espíritas, reencarnação, lei do carma, progresso espiritual etc). A Umbanda prega a existência pacífica e o respeito ao ser humano, à natureza e a Deus. Respeitando todas as manifestações de fé, independentes da religião. Em decorrência de suas raízes, a Umbanda tem um caráter eminentemente pluralista, compreende a diversidade e valoriza a diferenças. Não há dogmas ou liturgia universalmente adotadas entre os praticantes, o que permite uma ampla liberdade de manifestação da crença e diversas formas válidas de culto. A máxima dentro da Umbanda é "Dê de graça, o que de graça recebestes: com amor, humildade, caridade e fé".

 

determinações do Plano Astral

As determinações do Plano Astral, porém, deveriam cumprir-se. Em 15 de novembro de 1908, compareceu a uma sessão da Federação Espírita, em Niterói, então dirigida por José de Souza, um jovem de 17 anos de tradicional família fluminense. Chamava-se ZÉLIO FERNANDINO DE MORAES. Restabelecera-se, no dia anterior, de moléstia cuja origem os médicos haviam tentado, em vão, identificar. Sua recuperação inesperada por um espírito causara enorme supressa. Nem os doutores que o assistiam nem os tios, sacerdotes católicos, haviam encontrado explicação plausível. A família atendeu, então, à sugestão de um amigo, que se ofereceu para acompanhar o jovem Zélio à Federação. Zélio foi convidado a participar da Mesa. Zélio sentiu-se deslocado, constrangido, em meio àqueles senhores. E causou logo um pequeno tumulto. Sem saber por que, em dado momento, ele disse: "Falta uma flor nesta casa: vou buscá-la". E, apesar da advertência de que não poderia afastar-se, levantou-se, foi ao jardim e voltou com uma flor que colocou no centro da mesa. Serenado o ambiente e iniciados os trabalhos, manifestaram-se espíritos que se diziam de índios e escravos. O dirigente advertiu-os para que se retirassem. Nesse momento, Zélio sentiu-se dominado por uma força estranha e ouviu sua própria voz indagar por que não eram aceitas as mensagens dos negros e dos índios e se eram eles considerados atrasados apenas pela cor e pela classe social que declinavam. Essa observação suscitou quase um tumulto. Seguiu-se um diálogo acalorado, no qual os dirigentes dos trabalhos procuravam doutrinar o espírito desconhecido que se manifestava e mantinha argumentação segura. Afinal um dos videntes pediu que a entidade se identificasse, já que lhe aparecia envolta numa aura de luz. Se querem um nome - respondeu Zélio inteiramente mediunizado - que seja este: eu sou o CABOCLO DAS SETE ENCRUZILHADAS, porque para mim não haverá caminhos fechados. E, prosseguindo, anunciou a missão que trazia: estabelecer as bases de um culto, no qual os espíritos de índios e escravos viriam cumprir as determinações do Astral. No dia seguinte, declarou ele, estaria na residência do médium, para fundar um templo, que simbolizasse a verdadeira igualdade que deve existir entre encarnados e desencarnados. Levarei daqui uma semente e vou plantá-la no bairro de Neves, onde ela se transformará em árvore frondosa. No dia seguinte, 16 de novembro de 1908, na residência da família do jovem médium, na Rua Floriano Peixoto, 30 em Neves, bairro de Niterói, a entidade manifestou-se pontualmente no horário previsto - 20 horas. Ali se encontravam quase todos os dirigentes da Federação Espírita, amigos da família, surpresos e incrédulos, e grande número de desconhecidos que ninguém poderia dizer como haviam tomado conhecimento do ocorrido. Alguns aleijados aproximaram-se da entidade, receberam passes e, ao final da reunião, estavam curados. Foi essa uma das primeira provas da presença de uma força superior. Nessa reunião, o CABOCLO DAS SETE ENCRUZILHADAS estabeleceu as normas do culto, cuja prática seria denominada "sessão" e se realizaria à noite, das 20 às 22 horas, para atendimento público, totalmente gratuito, passes e recuperação de obsedados. O uniforme a ser usado pelos médiuns seria todo branco, de tecido simples. Não se permitiria retribuições financeiras pelo atendimento ou pelos trabalhos realizados. Os cânticos não seriam acompanhados de atabaques nem de palmas ritmadas. A esse novo culto, que se alicerçava nessa noite, a entidade deu o nome de UMBANDA, e declarou fundado o primeiro templo para sua prática, com a denominação de tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade, porque: "assim como Maria acolhe em seus braços o Filho, a Tenda acolheria os que a ela recorressem, nas horas de aflição". Através de Zélio manifestou-se, nessa mesma noite, um Preto Velho, Pai Antônio, para completar as curas de enfermos iniciadas pelo Caboclo. E foi ele quem ditou este ponto, hoje cantado no Brasil inteiro: "Chegou, chegou, chegou com Deus, Chegou, chegou, o Caboclo das sete Encruzilhadas". A partir desta data, a casa da família de Zélio tornou-se a meta de enfermos, crentes, descrentes e curiosos. Os enfermos eram curados; os descrentes assistiam as provas irrefutáveis; os curiosos constatavam a presença de uma força superior; e os crentes aumentavam dia a dia. Cinco anos mais tarde, manifestou-se o Orixá Malé, exclusivamente para a cura de obsedados e o combate aos trabalhos de magia negra. Passados dez anos, o CABOCLO DAS SETE ENCRUZILHADAS anunciou a Segunda etapa de sua missão: a fundação de sete templos, que deveriam constituir o núcleo central para a difusão da UMBANDA. A Tenda da Piedade trabalha ativamente, produzindo curas, principalmente a recuperação de obsedados, considerados loucos, na época. Já então se contavam às centenas as curas realizadas pela entidade, comentadas em todo o Estado e confirmadas pelos próprios médicos, que recorriam a Tenda, em busca da cura dos seus doentes. E o Caboclo indicava, nas relações que lhe apresentavam com nome dos enfermos, os que poderia curar: eram os obsedados, portadores de moléstias de origem psíquica; os outros, dizia ele, competia à medicina curá-los. Zélio de Moraes, já então casado, por determinação da entidade, recolhia os enfermos mais necessitados em sua residência, até o término do tratamento astral. E muitas vezes, as filhas, Zélia e Zilmeia, crianças ainda, cediam o seu aposento e dormiam em esteiras, para que os doentes fixassem bem acomodados. Nas reuniões de estudo que se realizavam às quintas-feiras , a entidade preparava os médiuns que seriam indicados, posteriormente, para dirigir os novos templos. Fundaram-se, as Tendas: Nossa Senhora da Guia - Pres. Leal de Souza, cerca de 1918, Nossa Senhora da Conceição, Santa Bárbara - Pres. João Salgado, São Pedro - Pres. José Mendes, Oxalá - Pres. Paulo Lavois, São Jorge - Guia Espiritual Ogum de Tibiri, Médium João Severino Ramos, fundada em 1935 e São Jerônimo - Pres. José Álvares Pessoa, após 1935.

 

Médiuns

Médium é toda pessoa que, segundo a Doutrina Espírita, que tem a capacidade de se comunicar com entidades desencarnadas ou espíritos, seja pela mecânica da incorporação, pela vidência (ver), pela audiência (ouvir) ou pela psicografia (escrever movido pelos espíritos). A Umbanda crê que o médium tem o compromisso de servir como um instrumento de guias ou entidades espirituais superiores. Para tanto, deve se preparar através do estudo, desenvolvendo a sua mediunidade, sempre prezando a elevação moral e espiritual, a aprendizagem conceitual e prática da Umbanda, respeitar os guias e orixás; ter assiduidade e compromisso com sua casa, ter caridade em seu coração, amor e fé em sua mente e espírito, e saber que a Umbanda é uma prática que deve ser vivenciada no dia-a-dia, e não apenas no terreiro. Uma das regras básicas da umbanda é que a mediunidade não deve ser vista ou vivenciada vaidosamente como um dom ou poder maior concedido ao médium, segundo os umbandistas, mas sim como um compromisso e uma oportunidade que lhe foi dada para resgate kármico e expiação de faltas pregressas antes mesmo da pessoa reencarnar. Por isso não deve ser encarada como um fardo ou como uma forma de ganhar dinheiro, mas como uma oportunidade valiosa para praticar o bem e a caridade. Existe médiuns que acabam distorcendo o verdadeiro papel que lhes foi dado e se envaidecem, agindo de forma leviana em suas vidas. O médium deve tangir sua vida como sendo um mensageiro de Deus, dos orixás e guias. Ter um comportamento moral e profissional dignos, ser honesto e íntegro em suas atitudes, pois do contrário acaba atraindo forças negativas, obsessores ou espíritos revoltados que vagam pelo mundo espiritual atrás de encarnados desequilibrados que estejam na mesma faixa vibracional que eles. Por isso, desenvolver a mediunidade é um processo que deve ser encarado de forma séria e regido através de um profundo estudo da religião, e seguido por conceitos morais e éticos. Ser orientado e iniciado por uma casa que pratica o bem é essencial. As pessoas que são médiuns devem levar sempre a sério sua missão, ter muito amor e dar valor ao que fazem, tendo sempre boa-vontade nos trabalhos de seu terreiro e na vida diária. O médium deve tomar, sempre que necessário, os banhos de descarrego adequados aos seus orixás e guias, estar pontualmente no terreiro com sua roupa sempre limpa, conversar sempre com o chefe espiritual do terreiro quando estiver com alguma dúvida, problema espiritual ou material. Sobre o estudo da mediunidade e do médium, pode-se utilizar como fonte para estudos a relação que existe abaixo, no item "Literatura Umbandista". Alguns terreiros utilizam-se das obras Espíritas (codificadas por Allan Kardec), mas a maioria segue as orientações da literatura umbandista que é prolífica nas discussões teóricas e nas orientações práticas. Há livros umbandistas a partir da década de 1930.